A grande proposta do Metaverso para a Educação é possibilitar uma aprendizagem imersiva, permitindo que o aluno vivencie, em uma realidade virtual aumentada e ilimitada, aquilo que está estudando... Mas, onde vamos parar?
Quem assistiu ao filme AVATAR em 2009, não imaginava que em menos de 15 anos, algo semelhante fizesse parte das nossas vidas e causaria tantos "burburinhos" em relação ao futuro da educação, no mundo.
Para início de conversa, entenda o que é Metaverso: uma ferramenta de realidade virtual idealizada e desenvolvida por Mark Zuckerberg, fundador don Facebook, que agora se chama Meta.
Sua proposta é criar um universo “real” no mundo virtual, onde seja possível se reunir com amigos (na forma de avatares), visitar exposições artísticas, shows e museus, até mesmo em outras cidades, e compartilhar tudo, em tempo real, com outros usuários.
Mas, será que implementar o metaverso na educação pode ser uma boa estratégia? Vamos analisar alguns pontos sobre isso?
QUAL A REALIDADE DA EDUCAÇÃO NO METAVERSO?
Não dá para negar que a educação no metaverso é uma forte tendência para o futuro do ensino. E muitos gestores acadêmicos já estão se inteirando das inovações tecnológicas que podem ser utilizadas para aprimorar cada vez mais o aprendizado.
Para Danilo Yoneshige, especialista em tecnologia, educação e CEO da Layers Education, "a realidade do Metaverso já alcança a educação. Durante a Bett Brasil 2022, por exemplo, pudemos identificar algumas soluções focadas nessa temática como óculos de realidade virtual e muito mais".
E, completou: "como o metaverso considera uma experiência de vida real em um ambiente totalmente digital, podemos prever que a ambientação de escolas e salas de aula, por exemplo, possam ser visitadas com óculos de realidade aumentada e outros elementos que complementam a experiência sensorial".
QUAIS OS POTENCIAIS BENEFÍCIOS PARA O APRENDIZADO?
Muitos! A expansão do ambiente de ensino e a aproximação de conteúdos que antes eram muito distantes da realidade do aluno, é um dos maiores benefícios.
Imagine alunos realizando experimentos em laboratório virtual em tempo real ou tendo uma aula imersiva sobre o Egito antigo, “in loco”, conhecendo “de perto” as obras de arte nos museus e outras inúmeras possibilidades.
"Enxergo que o metaverso pode otimizar a qualidade da aprendizagem dos estudantes. Eles poderão visitar lugares que antes só eram conhecidos por livros, como a Grécia antiga ou o museu de história natural de Nova Iorque. Jogos educativos irão despertar ainda mais o interesse dos estudantes ao proporcionarem uma vivência imersiva no metaverso", disse Danilo.
E, continuou: "entre as vantagens para a escola, podemos destacar a diminuição de custos com espaços físicos e o aumento da produtividade da equipe comercial, por exemplo, que vai poder agendar mais visitas de pais e responsáveis interessados em matricular seus filhos nas instituições".
"Pode aumentar o engajamento dos alunos, melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem", explicou Danilo.
E, concluiu: "sobretudo as escolas particulares de ensino fundamental possam ser as primeiras beneficiadas. De acordo com o relatório "As Escolas Privadas do Brasil Durante a Pandemia" desenvolvido pela Layers no início de 2022, o ticket médio de gastos de pais e responsáveis em instituições privadas passou de R$ 979 em 2019 para 1.219,24 em 2020".
Mas, como nem tudo são flores...
QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDADES?
É importante ressaltar que Danilo não acredita que nos próximos anos o metaverso esteja inserido no ambiente educacional como parte principal da aprendizagem.
De acordo com ele, "ainda existem dúvidas se isso um dia irá acontecer, não só em função de limitações técnicas, mas principalmente porque a escola é um ambiente onde o contato físico e o olhar humano ainda se fazem distante desses ambientes do metaverso".
"E mais: existem outras prioridades para o ensino no geral antes de mergulharmos na realidade do metaverso. Por exemplo automatizar processos nas instituições, olhar para a interoperabilidade de sistemas e quem sabe a partir daí conseguir ter uma previsibilidade da aprendizagem mais estruturada", afirmou ele.
QUAIS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO EM DIREÇÃO
À REALIDADE DO METAVERSO?
Sobre os caminhos que a educação tem a percorrer, Danilo disse que "apesar do segmento de educação privada ter possibilidade de investimentos menos engessados que o setor público, é difícil dizer quando isso de fato vai se tornar uma realidade para todas as instituições brasileiras, pois há outras prioridades mais urgentes como democratizar o acesso às tecnologias básicas - como computadores e internet mesmo".
E, finalizou, dizendo: "a tecnologia como meio, pode ser a maior aliada do aprendizado, então imagino que no momento em que priorizarmos a formação docente, o acesso mais simplificado das tecnologias, poderemos acelerar o movimento para com o uso correto, o metaverso possa ser parte de meio de aprendizagem".
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